BDRs consolidam internacionalização do investidor brasileiro

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BDRs consolidam internacionalização do investidor brasileiro e superam R$ 900 milhões de volume médio diário negociado na B3

Lançamento do Report Anual de BDRs 2025 mostra que número de investidores está em 996 mil de investidores, impulsionado pelas gigantes de tecnologia e pela facilidade de acesso ao varejo

São Paulo, dezembro de 2025 – Diante de um cenário global em que os principais índices americanos, como S&P 500 e Nasdaq, renovam suas máximas históricas impulsionados pela corrida da inteligência artificial, o investidor brasileiro tem respondido com uma mudança estrutural em sua carteira. É o que aponta o “Report Anual de BDRs 2025”, estudo inédito lançado na segunda-feira (08/12) pela B3, que confirma a maturidade deste mercado no Brasil.  

De acordo com o levantamento, o número de investidores em BDRs (Brazilian Depositary Receipts) cresceu 8 vezes desde a abertura do produto para o investidor pessoa física em 2020, passando de 131 mil investidores para 996 mil em outubro de 2025. O volume financeiro acompanhou esse apetite: a negociação média diária, que girava em torno de R$ 124 milhões antes da flexibilização regulatória, hoje ultrapassa os R$ 985 milhões, consolidando a B3 como um hub robusto para exposição internacional.

Seja para capturar a valorização de grandes corporações globais, a exemplo das “Magnificent Seven” (as sete gigantes de tecnologia dos EUA) ou para proteger o patrimônio da volatilidade doméstica dolarizando parte da carteira, o recado do mercado é claro: o brasileiro perdeu o medo de investir lá fora.

Para quem está começando ou já é experiente, a bolsa do Brasil se firmou como o ambiente mais seguro e acessível para esse movimento, eliminando a complexidade de remessas internacionais e contas no exterior.

Atualmente, a B3 oferece acesso a quase 900 ativos listados, cobrindo não apenas o mercado americano, mas permitindo exposição a setores e geografias variadas.

Por que a dolarização via B3 virou tendência

Investir em ativos internacionais costumava ser visto como um processo elitizado e burocrático. Para desmistificar a ideia de que investir nas maiores empresas do mundo é caro, o relatório anual reforça o conceito de “paridade”.

O investidor não precisa desembolsar o valor cheio de uma ação americana, que muitas vezes custa centenas de dólares. O BDR permite adquirir frações desse valor. Em muitos casos, é possível tornar-se sócio de gigantes globais com aportes iniciais inferiores a R$ 50.

Ao investir via BDRs, o investidor conta com a segurança de um ambiente regulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a infraestrutura da B3 como contraparte central, garantindo a liquidação das operações.

Tudo é feito em reais, na mesma corretora e home broker utilizados para comprar ações domésticas. Bianca Maria, gerente de de Produtos na B3, reforça que a prateleira de produtos evoluiu para atender a essa demanda por simplicidade.

“O grande diferencial dos BDRs é permitir que qualquer investidor acessem empresas globais sem precisar abrir conta no exterior, lidar com câmbio ou burocracias. Tudo acontece dentro da mesma corretora que ele já utiliza e com a estrutura robusta da B3 por trás”, explica.

Além da compra direta de BDRs (stock picking), o estudo aponta o crescimento também dos ETFs Globais (BDRs de ETFs). Esses ativos funcionam como uma porta de entrada ideal para quem busca diversificação instantânea, permitindo comprar, com uma única ordem, uma cesta de ativos que replica índices inteiros, como o S&P 500 ou o Nasdaq-100.

Tecnologia no topo

Um dos grandes destaques do Relatório Anual de BDRs 2025 é o ranking dos ativos mais negociados, que reflete diretamente o “zeitgeist” do mercado global. As empresas ligadas à tecnologia e inovação dominam a preferência nacional.

A Nvidia (NVDC34), desenvolvedora de chips que se tornou o motor da inteligência artificial global, e a Tesla (TSLA34), líder em veículos elétricos, figuram entre as líderes absolutas de volume financeiro, movimentando diariamente mais de R$ 100 milhões cada uma durante o último ano. O ranking também traz nomes conhecidos do mercado local que optaram pela listagem no exterior, como Banco Inter e XP, além de multinacionais brasileiras como a JBS.

O estudo também revela que o produto não serve apenas ao investidor pessoa física. O uso de BDRs para reorganizações societárias e M&As (fusões e aquisições) ganhou tração, exemplificado pela recente operação entre Serasa Experian e ClearSale, que utilizou BDRs como instrumento de troca, provando a sofisticação e a flexibilidade do ativo para grandes investidores institucionais. 

Sobre a B3 

A B3 S.A. (B3SA3) é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo e uma das maiores em valor de mercado, entre as líderes globais do setor de bolsas. Conecta, desenvolve e viabiliza o mercado financeiro e de capitais e, junto com os clientes e a sociedade, potencializa o crescimento do Brasil.

Atua nos ambientes de bolsa e de balcão, além de oferecer produtos e serviços para a cadeia de financiamento. Com sede em São Paulo e escritórios em Chicago, Londres, Singapura e Xangai, desempenha funções importantes no mercado pela promoção de melhores práticas em governança corporativa, gestão de riscos e sustentabilidade.

Conteúdo: B3

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