Gigantes da liquidez: conheça os 5 fundos imobiliários mais negociados na bolsa de valores

Mercado Imobiliário

Os gigantes da liquidez

Confira os 5 FIIs mais negociados diariamente na B3 (Volume Médio Diário):

  1. CPLG11 (R$ 10,3 milhões/dia): Fundo de tijolo focado em logística, impulsionado pela demanda do e-commerce.
  2. MXRF11 (R$ 9,5 milhões/dia): O fundo com maior número de cotistas da bolsa, operando modelo híbrido com foco em crédito imobiliário (CRIs).
  3. XPML11 (R$ 8,9 milhões/dia): Fundo de tijolo de shoppings centers de alto padrão, capturando a retomada do varejo presencial.
  4. CPUR11 (R$ 8,6 milhões/dia): Fundo híbrido de renda urbana, diversificando em imóveis essenciais como supermercados e setor de saúde.
  5. HGLG11 (R$ 7,6 milhões/dia): Um dos mais tradicionais fundos de logística, focado em galpões industriais em diversos estados.

A B3, a bolsa do Brasil, lançou na última quarta-feira (03/12) o “Report Anual de FIIs 2025”, estudo que traça um diagnóstico profundo sobre a maturidade do mercado de Fundos de Investimento Imobiliário no país.

O documento revela que o setor atingiu um novo patamar de robustez, superando a marca de R$ 180 bilhões em valor de mercado (estoque) e consolidando uma base de quase 3 milhões de investidores, que diariamente negociam, em média, mais de R$ 300 milhões por meio dessa classe de ativos.  

O “Report Anual” contextualiza o momento atual dos FIIs como o ápice de uma jornada iniciada há mais de 30 anos.

O estudo resgata os grandes marcos regulatórios que permitiram essa evolução, começando pela criação legal dos FIIs em 1993 (Lei nº 8.668), o surgimento do primeiro fundo negociado publicamente em bolsa no ano de 2000, e o ciclo posterior de expansão e prova de valor.  

Hoje, além do estoque recorde na B3, o paper também mostra como fundos de “tijolo” — espinha dorsal da indústria, especialmente nos segmentos de logística e shopping centers — se provaram resilientes a ciclos macroeconomicos desafiadores de juros e inflação.

O documento aponta que a gestão ativa, focada na reciclagem de portfólio e na qualidade dos inquilinos, foram diferenciais para destravar valor além da geração passiva de “aluguéis” mensais, atraindo um perfil de investidor que busca crescimento com proteção patrimonial de longo prazo e não apenas rendimento imediato. 

Essa sofisticação refletiu diretamente na liquidez. O volume médio diário negociado (ADTV) passou de R$ 214 milhões em 2020 para R$ 316 milhões em 2025, evidenciando que o investidor encontra na bolsa um ambiente cada vez mais ágil e dinâmico para a evolução de seus portfólios. 

O amadurecimento do investidor também aparece na diversificação dos ativos mais procurados. A lista dos fundos mais negociados nos últimos 12 meses mescla diferentes teses, desde a “renda passiva” dos galpões logísticos e shoppings até a dinâmica de crescimento patrimonial por meio dos fundos “de papel” (que investem em títulos de dívida do mercado imobiliário, como CRIs), e híbridos (que têm no portfólio tanto imóveis quanto ativos financeiros).  

“O que observamos no estudo é que a indústria de fundos imobiliários no Brasil já encontrou seu espaço entre os investidores brasileiros e agora, a exemplo de outras classes, como os ETFs, está se sofisticando cada vez mais e entrando também no radar dos grandes investidores globais, à medida em que fortalecem continuamente suas estruturas e governança”, afirma Marcos Skistymas, diretor de Produtos da B3.

“Temos hoje uma prateleira de produtos com liquidez diária robusta e ativos que dialogam com a economia real, como a logística do e-commerce e a infraestrutura urbana dos shoppings, mas também portfólios com ativos financeiros em diferentes patamares de retorno e risco, que possibilitam a montagem de carteiras diversificadas e sustentam um relevante fluxo de capital para o financiamento de grandes obras do setor imobiliário”, detalha o executivo.

Com essa maturidade, a história da indústria ganha novos contornos em 2025 

Do Brasil para o mundo: os “FIIs 2.0”  

De acordo com agentes de mercado, como gestores, que colaboraram com o documento, à medida que os fundos brasileiros alcançam status equiparável aos REITs (Real Estate Investment Trusts, os fundos imobiliários negociados em bolsas estrangeiras) e passam a integrar índices internacionais (como o FTSE Global All Cap Index), a indústria mostra que está de portas abertas para investidores globais. 

Eles batizam essa nova fase — em que a expansão dá lugar para a consolidação — de “FIIs 2.0”. Segundo essa análise, para atrair o olhar de players globais, a indústria deve passar por um diferente ganho de escala, contando com fundos maiores e mais líquidos, e portfólios mais diversificados, com estruturas operacionais e de governança mais sofisticadas.

Nesse sentido, um dos movimentos esperados para os próximos anos é uma onda de fusões e aquisições (M&A), replicando a trajetória de mercados maduros, como o norte-americano.

Conteúdo: B3

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