A nova fronteira dos investimentos: por que a tokenização não é moda — é revolução | Artigo por Eduardo Gouvêa, fundador e presidente do Conselho Deliberativo da Droom Investimentos.
O mercado financeiro está mudando. E quem continuar jogando com as regras de ontem vai perder espaço amanhã.
Em meio a tarifas protecionistas, bolsas voláteis e um Bitcoin batendo os US$ 120 mil, cresce o interesse por ativos alternativos. Mas não se engane: isso não é fuga, é estratégia. E na linha de frente dessa virada está a tokenização.
Não é por acaso que grandes nomes do mercado, inclusive aqueles ligados aos maiores bancos do país, estão se posicionando nesse modelo de investimento. Assim como esses grandes players, outras empresas também estão atentas às inovações do mercado financeiro para oferecer novas aplicações a partir de ativos tradicionais, por acreditarem no potencial da tecnologia em democratizar o acesso a investimentos, aumentar a liquidez e otimizar processos de negociação.
Lá fora, o movimento é claro. Temos exemplos como o do HSBC, que tokeniza ouro e títulos soberanos, do BlackRock e suas apostas em fundos privados digitalizados e do JP Morgan, que criou a Onyx para emitir tokens de dólares e ativos sintéticos. Até mesmo os Banco Centrais têm avançado nessa seara, com testes de moedas digitais próprias para se preparar para um futuro cada vez mais tokenizado.
No Brasil, há um grande potencial para liderar a tokenização, com um sistema de registros considerado seguro e uma população digitalmente engajada, além de um crescente interesse em criptoativos. Nosso BC continua em discussão para a criação de uma criptomoeda própria, o Drex (antigo Real Digital), como infraestrutura para integrar o sistema financeiro tokenizado. Com o avanço desses movimentos, temos tudo para estar juntos dos líderes nessa corrida.
E não apenas no que se refere a cripto. O crescimento da tokenização já atingiu títulos de investimentos considerados tradicionais pelo mercado, como imóveis, commodities, títulos financeiros, debêntures, entre outros. Isso reforça a importância da diversificação de aplicações quando vivemos momentos de instabilidade, como forma de proteção. Até mesmo opções que antes eram restritas a muito poucos, como os ativos judiciais, têm sido incluídas como uma opção inteligente para otimizar retornos, por serem encaradas como formas de proteção sólidas e rentáveis. As características desses investimentos, baseados em recebíveis garantidos por decisões judiciais definitivas, com prazos e correções estabelecidos por lei, faz com que eles estejam na linha de frente das inovações mais atrativas para os investidores pessoa física.
Se os gigantes estão se movendo, é porque o jogo está virando. Estamos diante de uma revolução silenciosa e irresistível. Quem não enxergar isso agora, vai olhar pra trás e ver o que perdeu. Não se trata mais “se vamos” investir em tokens. Trata-se de quando isso será o padrão. E o meu palpite é que, na verdade, essa tendência já é mais do presente do que do futuro.
Autor: Eduardo Gouvêa é fundador e presidente do Conselho Deliberativo da Droom Investimentos.
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Edição visual da página: Ernani Fagundes, jornalista especializado (MBA da B3) em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.
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