Expectativa Copom dezembro 2025: manutenção da taxa Selic

Economia

Expectativa Copom dezembro 2025 – 275ª Reunião | Artigo por Luis Felipe Vital, Estrategista-chefe de Macro e Dívida Pública da Warren Investimentos.

Nossa expectativa é de manutenção da taxa Selic em 15% na próxima reunião do COPOM.

A ata da 274ª reunião, comunicou o fim da “continuação da interrupção da alta” e sinalizou a manutenção da taxa no nível atual por um período bastante prolongado na forma de um novo estágio no ciclo de política monetária.

A mudança permaneceu acompanhada com a mensagem de que a taxa permanecerá restritiva por período bastante prolongado.

De forma geral, a ata foi lida como dovish, com o COPOM fazendo uma avaliação mais assertiva sobre a moderação do crescimento, o arrefecimento da inflação corrente e a convergência da inflação à meta, embora tenha ponderado que esses fatores estão de acordo com a expectativa do Banco Central e com o momento atual do ciclo.

Um ponto de destaque foi a incorporação de uma estimativa de impacto da ampliação da isenção do Imposto de Renda. Essa incorporação já era esperada, uma vez que, em outras comunicações, o Banco Central havia explicitado que formalmente incorpora as medidas ao cenário apenas após sua aprovação.

Chamou atenção do mercado, no entanto, a forma como essa inclusão foi apresentada, “com uma postura conservadora e dependente de dados”.

Relacionar essa estimativa a outras medidas fiscais e creditícias que acabaram gerando discrepância com o cenário delineado, como a expectativa de impacto do consignado privado que acabou não refletindo de modo relevante nos dados, reforçou a leitura dovish.

Desde então, tivemos duas leituras de IPCA. O IPCA de outubro (0,09%; expectativa: 0,14%) apresentou resultado mais baixo que o esperado, embora com núcleos ligeiramente mais altos.

Já o IPCA-15 de novembro (0,20%; expectativa: 0,18%) veio um pouco acima, com leitura qualitativamente pior.

Em ambos os casos, destaca-se a persistência da inflação de serviços e de itens intensivos em trabalho, ainda pressionados e fortemente relacionados ao mercado de trabalho resiliente.

As expectativas de inflação medidas pela pesquisa Focus recuaram para 2025 e 2026, sem alterações para os anos seguintes.

Nos dados de atividade, tivemos Vendas no Varejo de setembro (-0,3%; expectativa: 0,3%), IBC-Br de setembro (- 0,24%; expectativa: -0,20%) e Produção Industrial de setembro (0,1%; expectativa: 0,5%) e de outubro (-0,5%; expectativa: 0,2%), já a Pesquisa Mensal de Serviços de setembro surpreendeu positivamente com alta de 0,6% (expectativa: 0,4%).

Por fim, o PIB do 3º Trimestre ficou abaixo das expectativas mostrando alta de 0,1%, enquanto o mercado aguardava 0,2%.

O mercado de trabalho segue bastante resiliente, com taxa de desemprego em outubro em nível historicamente baixo (5,4%; expectativa: 5,5%), mas a criação de vagas do Caged em outubro apontou um ritmo mais fraco (85 mil; expectativa: 110 mil).

Em resumo, os indicadores de atividade seguem em redução, embora o setor de serviços continue mais forte. Já o mercado de trabalho, começa a dar sinais na margem de algum desaquecimento.

Nesse cenário, esperamos que o diagnóstico do Copom continue apontando para uma convergência da inflação, com atividade e mercado de trabalho dando sinais de desaceleração compatíveis com um momento de inflexão.

Assim, projetamos que o Comitê avalie essa evolução como compatível com o cenário esperado, reforçando a necessidade de manutenção da taxa Selic na 275ª reunião.

Sobre algum indicativo a respeito da condução futura da política monetária, não esperamos qualquer mensagem explícita sobre as próximas decisões, ao modelo adotado nos últimos comunicados.

Mas ao reconhecer a evolução positiva do cenário a partir da moderação da atividade e inflação e ressaltar o seu modo dependente de dados, o BC deve pavimentar o caminho para uma possível flexibilização já na reunião de janeiro 2026, dando início a um ciclo de cortes bastante gradual ao longo do ano.

No cenário da Warren esse ciclo deve iniciar com um corte inicial de 25 bps na reunião de jan/26, seguido por reduções subsequentes entre 25 e 50 bps e encerrando o ano com a Selic em 12,25% — patamar que ainda se configura como restritivo.

Autor: Luis Felipe Vital, Estrategista-chefe de Macro e Dívida Pública da Warren Investimentos.

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