O 13º salário vem aí! Poupar, quitar dívidas ou se dar um mimo? | Artigo por Maurício Takahashi, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alphaville
O 13º salário é como uma maré que chega trazendo alívio — mas também tentações. Para muitos brasileiros, ele parece um respiro depois de um ano puxado. A questão é: o que fazer com essa primeira parcela? Guardar, pagar o que deve ou aproveitar um merecido prazer?
Antes de tudo, vale lembrar que o 13º salário não é um prêmio, é parte do que você trabalhou o ano inteiro e só recebeu agora. E como todo fruto de esforço, ele pede sabedoria na colheita.
A decisão certa depende da fase da sua vida financeira — e, principalmente, da sua relação com o dinheiro.
Se há dívidas em aberto, especialmente as de juros altos como cartão de crédito e cheque especial, esse deve ser o primeiro destino do dinheiro.
Basta ver: no Brasil, os juros rotativos do cartão de crédito chegam facilmente a mais de 400% ao ano.
Para os juros parcelados, as taxas também ultrapassam 120% ao ano em média. Podem chegar até 700% ao ano! Quitar essas pendências é como tirar uma pedra do sapato: não dá status, mas devolve leveza.
Se as contas estão em dia, o passo seguinte é poupar com propósito. Monte uma reserva de emergência. Tenha uma meta de ter em reserva aplicada no valor de seis a doze meses do seu gasto médio mensal.
Em caso de perda de renda, tem mais tempo para pensar e agir. Invista em aplicações que multipliquem o que você tem, mesmo que seja “pouco” (CDI está em torno de altíssimos 14% ao ano).
O dinheiro poupado hoje favorece saúde emocional amanhã. Mesmo se render “apenas” alguns por cento ao ano, ele ainda vai crescer — diferentemente de dívidas que se multiplicam em taxas estratosféricas.
Agora, se o orçamento e a consciência estiverem em ordem, dar-se um mimo pela conquista e disciplina é saudável. Finanças equilibradas não são um fim em si mesmas — são um meio para viver bem.
O segredo está no equilíbrio: “nem oito nem oitenta, mas oitenta guardado e oito pra comemorar”.
O 13º salário não deveria ser uma chance de gastar mais, e sim de reconstruir a segurança e o bem-estar financeiro.
A verdadeira riqueza não está em quanto você ganha, mas em quanto sobra e no que escolhe abrir mão para conquistar o que realmente importa.
Autor: Maurício Takahashi, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alphaville
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