Inflação de alimentos 2025 – Análise por Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren
Projetamos que a inflação de alimentação no domicílio termine o ano com acumulado de 3,49%, abaixo do nível de 2024 (8,22%). Nos próximos meses, alguns produtos da cesta devem apresentar movimentos altistas.
Os itens in natura, que registram deflação desde maio, devem mostrar leve alta a partir de novembro, puxada principalmente pelas frutas, hortaliças e verduras, enquanto a deflação de tubérculos e raízes deve diminuir.
Para o final de 2025, vemos o grupo com acumulado de -1,4% de deflação, movimento similar ao de 2024, que terminou em -1,67%.
No caso das frutas, vemos prints inflacionários até dezembro, impulsionados por aumentos na laranja, banana e maçã, com expectativa de alta anual de 1,3%, abaixo do registrado em 2024 (+12,3%).
Hortaliças também devem registrar alta, puxada principalmente pelo crescimento do preço do alface, mas encerram o ano em patamar moderado, estimado em 1,5% (vs. 1,03% em 2024).
Tubérculos e raízes, que têm mostrado deflação consecutiva, devem desacelerar a queda de forma mais moderada, encerrando 2025 em -7,86% (vs. -21,18% em 2024).
Outro ponto de atenção é o grupo de carnes. Esperamos leve alta nos últimos dois meses do preço do boi, com expectativa de ~R$320/@ ao final de 2025.
Com isso, o grupo deve sair da deflação nos próximos prints, exibindo inflação até meados de janeiro de 2026. Essa alta deve se refletir também no grupo de aves e ovos. Estimamos que o acumulado anual das carnes feche em torno de 6%, ainda abaixo de 2024, que registrou 20,8%.
O café também merece atenção, com expectativa de alta nos próximos prints após períodos de queda, movimento que já vem sendo capturado em nossa coleta de atacado.
Projetamos que o grupo encerre o ano com alta de cerca de 40%, patamar similar ao de 2024. Por outro lado, arroz e feijão mantêm tendência deflacionária, com expectativa de fechamento do ano em torno de -20% para cereais, leguminosas e oleaginosas.
Autora: Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.
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