Business Development (BD) no jurídico: o papel das legaltechs

Legislação

Business Development (BD) no jurídico: o papel das legaltechs no desenvolvimento de negócios orientado ao crescimento.

Priscila de Oliveira Spadinger*  

No universo jurídico tradicional, “vender” ou “desenvolver negócios” ainda é, muitas vezes, um tabu. A lógica clássica da advocacia sempre operou sob a premissa de que o bom trabalho, por si só, atrairia novos clientes. No entanto, essa crença se mostra cada vez mais ultrapassada diante das mudanças no comportamento dos clientes, da transformação digital e do surgimento de novos modelos de negócios jurídicos.  

É nesse contexto que o Business Development (BD) ganha relevância como uma disciplina essencial dentro de escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e legal operations. BD não é apenas sobre vendas. É sobre criação de valor, relacionamento estratégico e posicionamento competitivo de longo prazo.  

O que é BD no contexto jurídico? Business Development no jurídico é o conjunto de ações e estratégias voltadas para: mapeamento de oportunidades de negócio; relacionamento e fidelização de clientes; posicionamento de marca no mercado jurídico; criação de soluções jurídicas alinhadas às dores reais dos clientes; integração entre marketing, inovação, jurídico e tecnologia.  

É, portanto, uma área que demanda pensamento estratégico, análise de dados, empatia com o cliente e – especialmente – colaboração interdisciplinar. 

E onde entram as legaltechs? As legaltechs são hoje peças-chave para a estruturação de BD jurídico moderno. Elas oferecem ferramentas, dados e automações que permitem: CRM jurídico real e funcional: plataformas como a Lexio, Advbox, LawCRM e outras permitem a gestão de leads, funil de relacionamento e histórico de contatos, organizando o conhecimento do cliente.  

As startups do setor também oferecem mapeamento de dados e inteligência de mercado: legaltechs com foco em jurimetria, como legal insights ou deep legal, ajudam a prever tendências, precificar melhor e antecipar demandas jurídicas, tais como a Forelegal, criaAI, Dynadok e outras, basta pesquisar na holding Aleve LegalTech Ventures S/A.  

Além disso, conteúdo como motor de relacionamento (ferramentas como JUIT e Cópia Legal ajudam a produzir conteúdo jurídico estratégico com base em tendências e dados regulatórios, fortalecendo autoridade e presença digital) e automação e entrega customizada (legaltechs voltadas a contratos inteligentes, onboarding de clientes, geração de relatórios e dashboards – como Contracte.me ou Projuris Reports – permitem escalar a entrega sem perder a personalização. 

BD Jurídico também é cultura organizacional. A implantação de uma mentalidade voltada ao desenvolvimento de negócios passa por mudança cultural. Os times jurídicos precisam: aproximar-se de áreas como marketing, comercial e tecnologia; adotar OKRs ou KPIs de crescimento; medir o valor percebido pelos clientes, e não só a excelência técnica; abrir-se à colaboração com startups e plataformas que tragam agilidade e foco em resultados. 

Startups legaltechs são, muitas vezes, as pontes entre o jurídico e o business. Elas não substituem advogados, mas potencializam a atuação jurídica com velocidade, dados e tecnologia de ponta.  

Seja um escritório boutique, uma banca full service ou um departamento jurídico corporativo: o jurídico do futuro será aquele capaz de gerar valor direto ao negócio – seja economizando, mitigando riscos ou abrindo caminhos para novas receitas. E para isso, pensar em BD jurídico com apoio das legaltechs não é mais uma inovação – é uma necessidade estratégica.  

*Priscila de Oliveira Spadinger é advogada, investidora e CEO da Aleve LegalTech Ventures

Sobre Priscila de Oliveira Spadinger: 

Advogada especialista em M&A e CEO da Aleve LegalTech Ventures S/A (www.alevelegaltech.com.br), uma venture builder focada em inovação e tecnologia para a área do Direito via LegalTechs. Sua atuação como advogada especialista em M&A, construção e investimentos em startups, advisor buy ou sell side foram vitais para entender as dores destes setores, alinhando conhecimentos jurídicos às melhores tomadas de decisões dos clientes e sócios.

Priscila de Oliveira Spadinger, CEO da Aleve LegalTech

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