Expectativa IPCA-15 de novembro de 2025

Economia

Expectativa IPCA-15 de novembro de 2025 | Análise por Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.

Amanhã, quarta-feira (26/11), será divulgada a leitura do IPCA-15 de novembro.  Projetamos alta de +0,13% no mês, o que deve levar a inflação acumulada em 12 meses para +4,43%, representando uma desaceleração de 51 pontos-base frente ao resultado de outubro (+4,94%).

Um fator de alívio é o grupo Habitação, com estimativa de deflação de -0,05%. O movimento é explicado, sobretudo, por energia elétrica (-0,50), refletindo a continuidade da bandeira vermelha patamar 1 em novembro. 

Aluguéis e taxas condominiais devem seguir em trajetória estável, com variações projetadas de +0,50% (vs. +0,93%) e +0,34% (vs. +0,34%), respectivamente.

Entre os grupos de maior atenção nesta leitura, destaca-se seguros, que pode novamente surpreender. Projetamos variação nula (0,0%), dado às notícias recentes referentes ao comportamento do grupo em outubro.

É importante notar que este componente tem se mostrado bastante oscilatório e, por metodologia, replica no IPCA cheio de novembro o resultado observado no mês anterior.

Nossa projeção considera padrões históricos, nos quais quedas acentuadas não foram totalmente revertidas nos meses subsequentes. 

Ainda assim, vale destacar que o item apresenta elevada volatilidade e oscilações frequentes, o que aumenta a incerteza quanto ao ritmo de normalização dos preços.

No grupo Transportes, projetamos aceleração de +0,03% (vs. +0,41% em outubro), impulsionada principalmente pela alta das passagens aéreas (+5,5%), que com leve alta em relação aos 4,39% observada no mês anterior.

Esse avanço tende a influenciar também o IPCA cheio de outubro, em razão da metodologia de repetição de preços adotada pelo IBGE.  Já a gasolina deve registrar deflação estimada em -0,55% (vs. +0,99%), configurando um print deflacionário relevante.

Vale destacar que, no IPCA-15 de novembro, esperamos que apareça o efeito do reajuste anunciado pela Petrobras nos combustíveis, vigente desde o dia 21 de outubro, considerando tanto o período de coleta do índice quanto nossas estimativas para o tempo de repasse às bombas de gasolina.

Projetamos nova deflação em eletroeletrônicos (-0,40%), embora em intensidade menor que a observada em outubro (-1,59%). Nossas coletas também sugerem movimento semelhante em higiene pessoal.

Para TV, som e informática, esperamos deflação próxima a -0,55%. Entendemos que esse comportamento já reflete o início dos descontos da Black Friday.

De acordo com nossa coleta proprietária, já ocorreram quedas expressivas de preços em eletroeletrônicos, TV, som, informática e higiene pessoal. No entanto, não observamos uma tendência de queda contínua, mas sim a manutenção dos preços em níveis reduzidos.

Assim, é possível que o IPCA fechado de novembro não apresente variações negativas significativas. Esses dados serão calibrados nos próximos dias com base na atualização de nossa coleta proprietária.

O grupo Alimentação no domicílio deve interromper a sequência de prints de deflação, registrando leve variação positiva de +0,11% (vs. -0,10% em outubro). Entre as leguminosas , estimamos desaceleração de -1,29%, com destaque para arroz (-2,00%) e feijão (+0,95%).

As carnes devem avançar +0,25%, acelerando em relação ao print anterior (+0,03%), enquanto os in natura devem mostrar leve inflação (+1,34%) pressionados por tubérculos (+3,66%) e hortaliças (-0,04%).

Nos serviços subjacentes, projetamos aceleração para +0,28% (ante +0,24% em outubro). Dentro do grupo, a alimentação fora do domicílio deve acelerar 6 bps, para +0,25%, enquanto despesas pessoais tendem a desacelerar para +0,30% (de +0,42% anteriormente).

De modo geral, os núcleos não dessazonalizados devem apresentar comportamento lateralizado, porém com viés de alta — não configurando um resultado qualitativamente melhor, ainda que siga sinalizando uma inflação relativamente contida.

📌 Em síntese, nossas projeções indicam um IPCA-15 de novembro moderado, com núcleos em +0,20%. Persistem, contudo, riscos altistas associados a componentes voláteis, especialmente alimentação, passagens aéreas e seguros. Mantemos nossas projeções para o IPCA em 4,3% em 2025 e 4,5% em 2026, com balanço de risco baixista para 2025 e altista para 2026.

Autora: Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos

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