PIB – The New College, faculdade para CEOs, lança processo seletivo que substitui o vestibular por sabatina de CEOs

Educação

O ensino superior brasileiro ultrapassou recentemente a marca de 10 milhões de estudantes matriculados, consolidando o avanço do acesso à universidade, especialmente na rede privada. Apesar disso, apenas 27,1% dos jovens entre 18 e 25 anos estão cursando o ensino superior, segundo dados recentes do setor. O contraste revela um desafio persistente: há mais brasileiros interessados em estudar, mas o modelo de ingresso vigente ainda falha em conectar uma geração prática e empreendedora a um sistema concebido para outra época.

É nesse contexto que surge a PIB – The New College, em São Paulo, idealizada por Theo Braga e Mohamad Abou Wadi, com o objetivo de transformar a forma como o estudante é identificado e desenvolvido durante a graduação. Inspirada em ecossistemas de inovação como Stanford, a instituição adota uma lógica inversa à dos vestibulares: não é o aluno que escolhe a faculdade, é a faculdade que escolhe o aluno.

No lugar de uma prova padronizada, os candidatos passam por uma sabatina de dois dias, com entrevistas individuais, dinâmicas de grupo, desafios de resolução criativa e análise comportamental. O objetivo é mapear liderança, pensamento estratégico e capacidade de execução, atributos essenciais no ambiente empresarial, mas invisíveis aos testes tradicionais.

Theo Braga resume a proposta como uma inversão necessária: “Durante anos, o ensino brasileiro promoveu quem apenas decorava conteúdo para ‘passar de ano’. Nós queremos premiar quem transforma. O processo seletivo da PIB não mede conhecimento. Avaliamos a capacidade de agir, inovar e liderar sob pressão. O mercado não contrata quem tem boa nota. Contrata quem entrega resultado”, reforça Braga. Segundo ele, o ensino superior precisa voltar a ser um filtro de impacto, capaz de identificar atitude, propósito e visão de longo prazo. “O processo de seleção da PIB é uma experiência viva, não um teste de memorização”, conclui Braga.

A proposta reflete uma tendência global: instituições como Oxford, Harvard e Stanford já incorporam entrevistas e dinâmicas de perfil, reduzindo o peso das provas objetivas em favor de análises de raciocínio, empatia e liderança. A faculdade, já lançada, abre 50 vagas na primeira turma, com mensalidades entre R$ 10 mil e R$ 12 mil, reforçando o caráter premium e a proposta de formar CEOs e empreendedores da nova economia.

Cada aluno terá acompanhamento direto de mentores e executivos de mercado, entre eles nomes que lideram empresas de referência no país. O programa inclui laboratórios de estratégia, sprints de inovação e trilhas de liderança e autoconhecimento, que simulam situações reais de tomada de decisão sob pressão. A grade é modular e integrada, unindo gestão, finanças, tecnologia, marketing e ESG sob o método “Learn by Doing”, que coloca o aluno para resolver desafios de empresas e startups desde o primeiro semestre.

A iniciativa também mira uma mudança cultural: transformar o ensino em uma experiência de pertencimento e não de exclusão. “O vestibular foi criado para eliminar, não para descobrir. A sabatina da PIB tem o objetivo oposto: revelar talentos escondidos, muitas vezes sufocados por um modelo que mede conhecimento e ignora potencial humano”, conclui Theo.

Em um cenário em que a taxa de evasão nas universidades privadas supera 50% nos dois primeiros anos, o desafio é claro: engajar uma geração que aprendeu de forma fragmentada, veloz e prática, mas que busca propósito e resultado no aprendizado. O modelo da PIB – The New College busca preencher exatamente essa lacuna: a de preparar líderes que não apenas acompanhem o ritmo da transformação tecnológica e econômica, mas que a conduzam. A expectativa é expandir o projeto nacionalmente a partir de 2027, consolidando um novo tipo de ecossistema educacional: seletivo, experiencial e voltado à formação de quem já pensa como CEO antes mesmo de se formar.