Expectativa IPCA de outubro de 2025

Economia

Expectativa IPCA de outubro de 2025 | Análise por Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.

Na próxima terça-feira (11/11), será divulgada a leitura do IPCA de outubro. Projetamos alta de +0,11% no mês, o que deve levar a inflação acumulada em 12 meses para +4,70%, representando uma desaceleração de 30 pontos-base frente ao resultado de setembro (+0,48%).

O principal vetor de alívio é o grupo Habitação, com estimativa de deflação de -0,23%, após alta de +3,31% no mês anterior. O movimento é explicado, sobretudo, pela energia elétrica (-1,89% vs. +12,17%), refletindo a mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1 em outubro.

Além disso, o grupo deixa de sentir os efeitos das oscilações associadas ao bônus de Itaipu, que provocaram queda em agosto e alta em setembro.

Vale ressaltar que, para novembro, foi mantida a bandeira vermelha patamar 1, de modo que o grupo não deve registrar alívio semelhante na próxima leitura (IPCA de novembro). 

No entanto, não vemos mudança de cenário para nosso call de inflação de 2025, uma vez que projetamos bandeira amarela em dezembro, o que deve devolver a alta de outubro.

No grupo Transportes  projetamos aceleração para +0,21% (vs. +0,01% em setembro), impulsionada principalmente pela alta das passagens aéreas (+4,39%), que reverte a queda de -2,8% observada no mês anterior e repete, por metodologia, a variação do IPCA-15 de outubro.

Já a gasolina deve registrar alta estimada em +0,4% (vs. +0,7%). Vale destacar que, no IPCA de novembro, deve começar a aparecer o efeito do reajuste anunciado pela Petrobras nos combustíveis, vigente desde 21 de outubro, considerando tanto o período de coleta do índice quanto nossas estimativas para o tempo de repasse às bombas.

Projetamos nova deflação em eletroeletrônicos (-0,70%), embora em ritmo menor que em setembro (-1,56%). Nossas coletas também sugerem mais um print negativo em higiene pessoal (-0,10%).

Entendemos que esse movimento reflete três fatores: apreciação do câmbio, competitividade dos produtos chineses no mercado e o início dos descontos da Black Friday.

No último ponto, nossa coleta proprietária voltada à Black Friday tem captado redução de preços em outubro, o que corrobora nosso cenário deflacionário para esses itens.

O grupo Alimentação no domicílio deve mostrar leve alta (+0,13%), interrompendo a sequência de nove leituras consecutivas de deflação.

Entre as leguminosas, estimamos queda de -0,87%, com destaque para nova redução no arroz (-1,20%) e, pela primeira vez em cinco meses, inflação do feijão (+0,20%).

As carnes devem avançar +0,16%, revertendo a queda anterior (-0,12%), enquanto os in natura devem acelerar (+1,28%), pressionados por tubérculos (+3,05%) e frutas (+0,92%).

O destaque deve ficar com a batata-inglesa, que tem mostrado forte inflação nos dados de alta frequência. O item vinha registrando deflações consecutivas desde junho e tem peso relevante na cesta do IPCA.

Nos serviços subjacentes, projetamos aceleração para +0,26% (vs. +0,03% em setembro). Dentro do grupo, a alimentação fora do domicílio deve acelerar  11 bps, para +0,22%, enquanto despesas pessoais devem permanecer relativamente estáveis em +0,49%8 (vs. +0,51%).

O seguro de automóveis também merece destaque: após surpreender com deflação de -6% no IPCA de setembro, o grupo terá nova deflação de -2,12% em outubro, dada a metodologia do IBGE de repetição do grupo.

Dado a volatilidade do grupo nos últimos meses, vale ressaltar que nossa análise se baseia em comportamentos passados, quando quedas acentuadas não foram integralmente devolvidas nos meses seguintes.

📌 Em síntese, nossas projeções indicam um IPCA de outubro moderado, com núcleos em +0,23% e comportamento benigno de forma geral. Persistem, contudo, riscos associados a componentes voláteis, especialmente alimentação e passagens aéreas.

Mantemos nossas projeções para o IPCA em 4,3% em 2025 e 4,5% em 2026, com balanço de risco baixista para 2025 e altista para 2026. Seguimos com o call de que há maior probabilidade de o ano terminar com a inflação dentro do limite superior da meta do BCB.

Autora: Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos

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